sexta-feira, 13 de junho de 2008

Conflitos Étnico-Nacionalistas - turma 201

Oi meus queridos!
Como combinamos, além de estar disponível na xerox e na minha pasta no laboratório de informática, vocês também vão ter como acessar os resumos da turma por aqui.
Sei que nem preciso lembrar, mas ñ esqueçam do prazo p/ envio dos resumos
Quinta promete... Vai ser ótimo!!!
Bjs e até lá!

14 comentários:

Roberta Prates disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Roberta Prates disse...

ISRAEL E PALESTINA

A região da Palestina é um território histórico de dois povos: judeus e palestinos.
Os judeus ocuparam a região há mais de quatro mil anos, mas se espalharam devido a repressão sofrida durante o Império Romano. Os palestinos habitaram a região por um período contínuo de cerca de dois mil anos.
Com a criação da Organização Sionista Mundial, em 1897, começou a migração de judeus à Palestina visando à formação de uma pátria judaica.
A perseguição e o massacre impostos aos judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, tornaram-se um elemento fundamental ao apoio internacional da formação do Estado de Israel, em 1948. Em 1947, a ONU aprovou o plano de partilha da região da Palestina e a criação do Estado de Israel, que ocupava 57% daquele território. Em 1948, Egito, Jordânia, Líbano e Síria invadiram Israel, dando início a 1° Guerra Árabe-israelense. Em 1949, foi estabelecido um armistício, que retirou dos palestinos as decisões sobre seus territórios. O acordo de paz estabeleceu que o Estado Árabe da Palestina seria dividido entre Israel, Transjordânia e Egito. A Síria tentou desviar o fluxo de água do rio Jordão mediante a construção, nas colinas de Golã, de uma grande represa.
Em 1967, os israelenses iniciaram um ataque ao Egito, à Jordânia e à Síria , numa guerra denominada Guerra dos Seis Dias, na qual Israel conquistou a península do Sinai, a faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Em 1973, Egito e Síria atacaram Israel na Guerra de Yon Kippur.
Em 1979, Israel concordou em devolver ao Egito a Península do Sinai mediante acordo intermediado pelos Estados Unidos (Acordo de Camp David).
Foi fundada a OLP (Organização para Libertação da Palestina ), que até hoje luta pela criação de um Estado Palestino. Em 1988, o líder da OLP apresentou um “plano de paz” na Assembléia Geral da ONU, no qual reconhecia o Estado de Israel.
O líder da OLP, Arafat, e o primeiro-ministro israelense, Yitzak Rabin, assinaram um acordo conhecido por Acordo de Oslo, que diz que a faixa de Gaza e a cidade de Jericó seriam devolvidas aos palestinos. Foi criada a ANP (Autoridade Nacional Palestina) liderada por Arafat, que passou a ser a representação legal dos palestinos e responsável pela administração dos seus territórios.
Intifada foi uma manifestação da qual a população sai às ruas armadas com pedras, que são lançadas contra os tanques e os soldados israelenses.
Em 2003, contando com o apoio da ONU, da União Européia, dos Estados Unidos e da Rússia, líderes palestinos e judeus reuniram-se em Madri, na Espanha, para estabelecerem os primeiros passos para a consolidação de um acordo de paz, o qual prevê, entre outras medidas, a constituição de um Estado Palestino, em 2005. O grupo dos quatro responsáveis pela intermediação dessa proposta de paz ficou conhecido por “O Quarteto de Madri”.

Elisa e Tila.

Roberta Prates disse...

O Conflito entre tutsis e hutus é mais uma demonstração do efeito retardado da política colonial européia, no continente Africano. Até o início da colonização alemã na região, as etnias tutsi e hutu viviam em relativa harmonia, no território que hoje é ocupado por Ruanda e Burundi.
Os tutsis eram predominantemente pastoreiros e apresentavam maior estatura. Os hutus, de pele mais escura, e menor estrutura, tinham tradição agrícola. A partir da colonização sob o domínio alemão, e posteriormente belga, esses dois povos tiveram sua organização modificada.
Os tutsis foram escolhidos para assumirem cargos da administração estatal, treinamento militar, acesso exclusivo à educação, uma vez que as escolas peiam estatura mínima, visando impedir o ingresso de hutus.
Em 1959, os ressentimentos acumulados pelos hutus, no período colonial, explodem. Nesta primeira rebelião, militares tutsis foram aprisionados e tiveram seus pés cortados a golpes de facão, com o objetivo de diminuir a diferença de estatura (e simbolicamente, diminuir as diferenças sociais).
Em 1962, Ruanda tornou-se independente e a minoria tutsi ficou a mercê dos hutus, sendo obrigado a migrar para Uganda, a fim de organizarem uma nova tomada de poder.
Este conflito se intensificou a partir de abril de 1994, quando os presidentes de Ruanda e Burundi, de etnia hutu, foram mortos em um atentado que derrubou o avião onde viajavam juntos. Foi o estopim pata o genocídio com mais de 1 milhão de mortos e mais de 2 milhões de refugiados.
Em julho de 1998, foi elaborado um acordo de cessar fogo, com o estabelecimento de um governo formado por representantes tutsis e hutus.

Ivan e Gabriel

Roberta Prates disse...

Irlanda (católicos X protestantes)

Ainda que ingleses e irlandeses tenham se enfrentado desde o século XII, quando o monarca inglês Henrique II conquistou e anexou a ilha da Irlanda por um curto período de tempo, o atual conflito tem origem nos séculos XVI e XVII. Paralelamente ao seu rompimento com o Vaticano - que fundou o Anglicanismo - a dinastia Tudor lançou a Inglaterra a uma nova tentativa de conquista da Irlanda. O sucesso da empreitada submeteu os irlandeses - católicos desde sua origem - ao governo de ingleses protestantes. A partir daí, milhares de colonos ingleses estabeleceram-se na ilha - especialmente na província de Ulster, no norte do território - discriminando, perseguindo e expulsando os nativos. Nas primeiras décadas do século XX, revoltas sucessivas resultaram na divisão da ilha: os católicos conseguiram a independência da República da Irlanda (Eire) em 1921, mas alguns condados do norte, onde os protestantes eram - e ainda são - maioria, continuaram atrelados à Inglaterra.
A divisão do território irlandês não satisfez a população católica do Ulster, forçada a continuar sob domínio britânico. Os mais exaltados deste grupo nacionalista partiram para a luta armada, incluindo o terrorismo. Extremistas protestantes responderam à altura.
Os católicos da Irlanda do Norte, também conhecidos como republicanos, desejam o mesmo que os seus vizinhos do sul conseguiram - independência do Reino Unido. Seu objetivo final é integrar os condados que permaneceram sob controle da coroa britânica ao resto da República da Irlanda, acabando com a divisão territorial da ilha.
Ao contrário dos católicos, os protestantes, tradicionalmente chamados de unionistas por sua vontade de permanecerem unidos à Grã-Bretanha, desejam que a situação continue como está. Querem manter-se cidadãos britânicos. Mas não querem, para isso, deixar o território irlandês, onde, apesar de sua origem britânica, muitas famílias estão estabelecidas há séculos. Em 8 de maio de 2007, o protestante Ian Paisley e o católico Martin McGuiness assumiram o gabinete como primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro respectivamente, e deram início a mais promissora tentativa de governo conjunto na Irlanda do Norte.

Loreane e Daianny

Roberta Prates disse...

China X Tibet

A história do Tibet teve início há cerca de 2.100 anos. Em 127 a.C. uma dinastia militar fixou-se no vale de Yarlung e passou a comandar a região, perdurando-se esta situação por oito séculos. Por centenas de anos "belicistas" o Tibet investiu sobre terras vizinhas. Este comportamento mudou em 617, quando o imperador Songtsen Gampo - 33º rei do Tibet – começou a transformar a civilização feudo-militar em um império mais pacífico. Seu reinado durou até 701, e seu legado foi imenso: criou o alfabeto tibetano; escreveu e estabeleceu o sistema legal tibetano (baseado no princípio moral segundo o qual é valorizada a proteção da natureza); favoreceu o livre exercício religioso do budismo, e; construiu vários templos (dentre eles destacam-se o Jokhang e o Ramoche). Seus sucessores continuaram a transformação cultural, custeando traduções e criando instituições.
A partir do século VII a região tornou-se o centro do lamaísmo, religião baseada no budismo, transformando o país num poderoso reinado. Antigo objeto de cobiça dos chineses, no século XVII o Tibet é declarado incluído no território soberano da China. A partir daí seguem-se dois séculos de luta do Tibet por independência, conquistada - temporariamente - em 1912. A língua tibetana é falada em todo o vasto platô tibetano, e também no Butão, partes do Nepal e norte da Índia. O língua tibetana é falada por cerca de seis milhões de pessoas no platô tibetano, bem como por mais de 150 mil de falantes em exílio na Índia e em outros países.
O Tibet está localizado no Planalto tibetano, a região mais alta do mundo. A maior parte da cadeia de montanha do Himalaia encontra-se no Tibet. Seu pico mais conhecido, o Monte Everest, se encontra na fronteira entre Nepal e Tibet. A altitude média é de cerca de 3.000 m no sul e 4.500 m no norte.
No século XIII, o Tibet foi conquistado pelo império Mongol tendo permanecido por 40 anos sendo no fim devolvido ao governo tibetano.
Em 1912, com a queda da dinastia Ching, os tibetanos conseguiram adquirir independência. Os Tibetanos expulsaram da região tropas e oficiais chineses. Em 1913, numa conferência realizada em Shimla, na Índia, britânicos, tibetanos e chineses decidiram que o Tibet seria dividido. Uma parte do Tibet seria anexada à China e permaneceria sob soberania chinesa e outra parte seria autônoma. Ao retornar da Índia em janeiro de 1913, o 13º Dalai Lama declarou oficialmente a independência do Tibet. Porém, o acordo de Shimla nunca foi ratificado pelos chineses, que continuavam a alegar que todo o Tibet pertencia à China. Em 1918, as relações já estremecidas entre o Tibet e a China resultaram em um conflito armado entre as duas nações. A Inglaterra foi um dos países que interveio para tentar negociar uma trégua. Mas esse esforço dos ingleses não foi bem sucedido.
Em 1933, com a morte do 13º Dalai Lama, o Tibet sofreu um maior enfraquecimento político.Em 1950, o Partido Comunista chinês tomou conta da China. Tropas comunistas invadiram a cidade de Chamdo, localizada na fronteira oriental (leste) do Tibet. Em pouco tempo, as tropas chinesas tomaram a sede do governo local. No dia 11 de novembro de 1950, o governo tibetano manifestou-se contra a agressão chinesa na Organização das Nações Unidas (ONU). Mas a Assembléia Geral da ONU adiou a discussão do problema.
Em 17 de novembro de 1950, o 14º Dalai Lama assumiu a posição de Chefe de Estado do Tibet. O novo líder dos tibetanos tinha apenas 16 anos de idade quando assumiu a liderança política e espiritual de seu país.
A China ocupa o Tibet há 50 anos. Uma das conseqüências dessa ocupação chinesa é a existência de mais de cem mil refugiados tibetanos pelo mundo. Até hoje, as Nações Unidas nunca expressaram algum protesto significativo contra a ocupação do Tibet. Desde 1951, os tibetanos têm tentado se rebelar contra a ocupação chinesa, mas seus esforços não foram bem sucedidos. A China alega soberania histórica sobre o Tibet, ameaçando assim a cultura e religião dos tibetanos.
Em 23 de maio de 1951, uma delegação tibetana que havia ido à Pequim para negociar a questão do Tibet foi forçada pelo governo chinês a assinar um tratado. O governo chinês ameaçou invadir o Tibet de forma até mais agressiva, caso a delegação tibetana se recusasse a assinar o acordo. O tratado estabelecia que o Tibet seria uma região autônoma da China sob o domínio tradicional do Dalai Lama. Na prática, o Tibet permanecia sob o controle da Comissão Comunista da China.
Em setembro de 1951, o Tibet foi tomado pelas forças comunistas de Mao Tse Tung. A ocupação chinesa do Tibet foi marcada pela destruição sistemática de mosteiros, pela opressão religiosa, pelo fim da liberdade política e pelo aprisionamento e assassinato de civis em massa. Ao governar o Tibet, as autoridades chinesas comunistas introduziram reformas agrárias e reduziram significantemente o poder das ordens dos mosteiros, apesar da forte oposição do povo tibetano. Atualmente a população de chineses supera a de tibetanos, devido a incentivos para colonização daquele território (por chineses da etnia Han). Além de impor nas escolas tibetanas o aprendizado da língua chinesa (Mandarim).
O principal interesse da China é a posição estratégico militar, pois dominando o planalto tibetano fica com uma grande vantagem em relação aos seus vizinhos ao sul. Além de reservas em urânio e um pouco de ouro.
A maior parte da população atualmente no território Tibetano é de origem chinesa, da etnia Han. Representando cerca de 80% da população chinesa.
Cerca de 3 milhões de tibetanos já foram mortos desde 1950.
A China não admite interferência de paises, no que alegam se tratar de assuntos internos, impedindo qualquer interferência devido ao seu poder de veto na ONU, além de ser uma potência nuclear.
Temendo por sua própria segurança, o Dalai Lama deixou Lhasa em 17 de março de 1959. Atualmente, a sede do Dalai Lama se localiza na Índia. O Dalai Lama ele viaja pelo mundo para tentar obter apoio internacional à independência de seu país.

Thiago & Alexandre

Roberta Prates disse...

CHECHÊNIA X RÚSSIA

Em 1994 iniciou-se uma sangrenta guerra na Chechênia, na qual morreram cerca de 40 mil pessoas e dezenas de milhares fugiram ou continuam desaparecidos. A Chechênia é uma pequena república (cerca de 15 mil km2 e 800 mil habitantes) situada na parte européia da Rússia, entre a Geórgia e o mar Cáspio.

O território checheno é estratégico para a Rússia, pois por ali passam os oleodutos que transporta o petróleo da região do Mar Cáspio, fato que gera a cobiça internacional da região.

O problema russo mais imediato, porém, no início do século XXI, é a grave crise econômica. O desmanche da economia planificada não foi total e ainda hoje existem problemas de burocratização, de empresas estatais sem competitividade e de uma agricultura ineficiente (que já foi a maior do mundo até meados do século XX). Além disso, a população sofre com a inflação elevada e não demonstrou paciência para esperar que as reformas econômicas comecem a dar resultados.

Apesar de todas essas dificuldades, a Rússia luta para se manter como uma grande potência econômica e militar no início do século XXI. A realização dessa aspiração é algo problemático, pois a rapidez da decadência russa tem sido enorme. A União Soviética foi a segunda economia do século até o início dos anos 80, e a Rússia de hoje é, no máximo, a décima potência econômica do globo, com ritmo de crescimento bem menor que os demais paises industrializados. Entretanto ela é a herdeira de quase todo o arsenal militar da antiga superpotência socialista, em especial as armas nucleares (algumas ficaram na Ucrânia e outras em Belorus e no Cazaquistão, nos anos 90, esses três países desativaram ou devolveram à Rússia os armamentos atômicos da União Soviética), e esse fato poderá ter alguma influência no seu destino. Os demais países desenvolvidos começam a se preocupar com os riscos da continuação da crise russa, pois uma eventual tomada do poder por partidos neonazistas ou da linha dura estalinista poderá dar origem a uma nova guerra mundial. O futuro da Rússia, portanto, preocupa o mundo inteiro.

Cris X Sol

Roberta Prates disse...

Índia X Paquistão
Por trás da rivalidade entre esses dois paises, está à diferença religiosa e um ódio secular entre muçulmanos, que são maioria no Paquistão, e hindus, majoritários nas Índias. A Índia e o Paquistão já fizeram parte do Vice Reino da Índia, que pertencia ao Império Britânico.

A longa dominação inglesa não conseguiu evitar que, por causa da grande diversidade cultural, religiosa e lingüística, o Vice Reino se fragmentasse após sua independência em 1947.

A Caxemira, região localizada ao Norte da índia, luta pela independência ou anexação ao Paquistão. Cerca de 75% da população da região é mulçumana , o que o identifica mais com o Paquistão.A disputa pela região da caxemira envolve uma situação mais preocupante , que é a rivalidade das duas potencias nucleares.

Segundo uma resolução da ONU datada de 1947, a população local deveria decidir a situação política da Caxemira por meio de um plebiscito acerca da independência do território. Tal plebiscito, porém, nunca aconteceu, e a Caxemira foi incorporada à Índia, o que contrariou as pretensões do Paquistão e da população local - de maioria muçulmana - e levou à guerra de 1947 a 1948. Porém, em 1957, a nova Constituição Indiana incorporou aquela região, sem que houvesse o plebiscito previsto.

O conflito serve como justificativa para a militarização da fronteira e para a corrida armamentista. Índia e Paquistão realizam testes nucleares em 1998 e, em abril de 1999, experimentam mísseis balísticos capazes de levar ogivas atômicas, rompendo acordo assinado meses antes.

Bruna e Carla

Roberta Prates disse...

Sérvia X Kosovo


Os sérvios consideram Kosovo o coração de sua nacionalidade, o centro sagrado de suas tradições. No entanto, 90% da população kosovar é composta de pessoas de origem étnica albanesa e religião muçulmana (os sérvios são cristãos ortodoxos). Em 1989, o governo sérvio de Slobodan Milosevic retirou o estatuto de autonomia da província, o que provocou o surgimento de um movimento guerrilheiro separatista, o Exército de Libertação de Kosovo.
O governo de Milosevic passou a desenvolver uma política de agressão sistemática contra a população albanesa de Kosovo.
Negociações diplomáticas conduzidas por países europeus e pelos Estados Unidos, com o objetivo de garantir a vida e os direitos dos kosovares e pacificar a região, não deram resultado. Em março de 1999, a Otan, liderada pêlos Estados Unidos, iniciou os ataques contra a Sérvia, a fim de obrigar o governo de Milosevic a acabar com a agressão aos kosovares e negociar.
Em resposta aos bombardeios da Otan, a polícia e o exército sérvio desencadearam uma onda de violência em Kosovo.
Finalmente, após várias tentativas de negociações intermediadas pela Rússia, o já desgastado governo de Milosevic aceita negociar e assina um acordo permitindo que a Otan ocupe o Kosovo a fim de assegurar a volta dos refugiados.
Depois de falhas de negociações internacionais para atingir um consenso sobre o estado constitucional aceitável, o governo provisório de Kosovo declarou-se unilateralmente um país independente da Sérvia em 17 de Fevereiro de 2008, sendo reconhecido no dia seguinte pelos Estados Unidos e alguns países europeus, como a França; porém, o país ainda é reivindicado pela Sérvia e não receberam o reconhecimento de outros países como a Rússia a Espanha e Portugal.
O governo sérvio reivindica o território como parte integral da Sérvia, a Província Autônoma de Kosovo.

Natália e Paula

Roberta Prates disse...

SUDÃO: Islâmicos X Católicos
Os conflitos que têm se desenvolvido no Sudão, inserem-se na categoria de conflito persistente, pela sua duração prolongada e pelos motivos que lhe têm estado subjacentes, que radicam, essencialmente, em questões de reconhecimento mútuo.
"A introdução da lei islâmica em 1983 constituiu o primeiro gesto da tentativa de islaminizar o Sudão “de cima”. Lá, o governo militar do general Omar al-Bashir, que chegou ao poder em 1989 com um golpe de estado apoiado pela Frente Nacional Islâmica de Hassan al-Turabi, chama de jihad a guerra que opõe o norte muçulmano ao sul cristão e animista. Em 18 anos de guerra, as atrocidades e discriminações em prejuízo dos cristãos são incontáveis: a flagelação e crucificação de quatro catequistas da diocese de Rumbeck, pela recusa a converterem-se ao islamismo; o rapto de crianças de etnia toposa para encaminhá-las a um programa de educação islâmica; a escravização de milhares de fiéis cristãos, e muitos outros casos. Em janeiro de 1999, a associação suíça Christian Solidarity International “comprou” e libertou 1.050 sudaneses, pagando aos traficantes muçulmanos um “preço” médio equivalente a 90 reais por pessoa."
O Sudão é o maior país da África e localiza-se no centro-leste do continente. Seu território divide-se em duas regiões bem distintas: uma área desértica ao norte e uma área de savanas e florestas tropicais ao sul.
Missionários cristãos converteram todo o Sudão por volta do século VI, mas forças islâmicas subjugaram completamente os reinos cristãos nos séculos XIII e XIV. Conflitos entre o Egito, o Sudão, a Etiópia e a Grã-Bretanha deram origem a um domínio anglo-egípcio na região que se iniciou em 1899. Tal domínio sobreviveu às duas Guerras Mundiais e adentrou na década de 50, quando o crescente sentimento nacionalista levou o Sudão à sua completa independência em 1956. Após a obtenção de sua autonomia, o país é rapidamente devastado por uma guerra civil que dura quase vinte anos, seguida de uma década de paz frágil e delicada. O conflito recomeçou nos anos 90, quando fundamentalistas islâmicos tomaram o poder e impuseram novas leis, estabelecendo a sharia em todo o território sudanês. Cristãos que habitavam o sul do país protestaram e, ao serem ignorados, partiram para o conflito armado.
O Sudão é um dos países mais pobres do mundo e os cristãos são os que se encontram em pior situação entre a população sudanesa. Quase 2,4 milhões de sudaneses estão ameaçados pela fome causada pela atual guerra civil. Os combatentes desalojam a população civil, roubam os rebanhos e incendeiam vilarejos. Além disso, terras férteis estão improdutivas em função da constante movimentação da população que foge das áreas de conflito. Apesar dos esforços realizados pelo Programa de Alimentação Mundial das Nações Unidas – como o envio de 15 mil toneladas de alimentos em agosto de 1998 –, pouca ajuda chega aos refugiados famintos. Tal situação é explicada em parte pela atitude constante do governo de Cartum de reter as remessas humanitárias como retaliação aos ataques das forças rebeldes. Além disso, muitas tropas rebeldes acabam distribuindo os alimentos para seus próprios soldados, contribuindo para o desvio dos alimentos.
O islamismo é praticado por 70% dos sudaneses. Uma considerável minoria – cerca de 10% – continua a seguir crenças e tradições tribais. Muitos dessa minoria estão se voltando ao cristianismo.

Arielly e Louise

Roberta Prates disse...

Serra Leoa, país africano e ex colônia, vive em conflito interno do governo e as forças unidas revolucionálrias (RUF). Sob ataques e massacres constantes, esse país luta com a intervenção da ONU e de alguns países vizinhos para sobreviver nesse conflito também conhecido como diamente de sangue.
O diamante, que nesse país se faz abundante é uma das causas do conflito, além da insatisfação do povo com o governo.
Dayana e Ariana

Roberta Prates disse...
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Roberta Prates disse...

Turcos X Curdos
O Curdistão é uma região com cerca de 500.000 km² distribuídos em sua maior parte na Turquia e o restante no Iraque, Irã, Síria, Armênia e Azerbaijão.

Seu nome provém do povo que o habita, ou seja, os curdos, que são hoje a mais numerosa etnia sem Estado no mundo. São 26 milhões de pessoas, na sua maioria muçulmanos sunitas, que se organizam em clãs e, em algumas regiões, falam o idioma curdo. Suas maiores cidades são Mossul, Irbil, Kirkuk, Saqqez, Hamadã, Erzurum e Diyarbakır.

Possui relevo acidentado, com o máximo nas montanhas da Alta Mesopotâmia, onde está o Monte Ararat (Büyük Agri) com 5165 metros de altitude, na fronteira Turquia/Armênia, suavizando até os planaltos do norte iraquiano. Há também a cadeia de montanhas Anti-Taurus, na Síria/Turquia.

O seu maior lago é o Van, no lado turco, com aproximadamente doze mil km². O Alto Tigre e o Alto Eufrates passam aqui. Somente em 1966 que conquistou autonomia cultural e administrativa pelo Iraque.

A direção do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) anuncia, em fevereiro de 2000, o fim da luta armada contra o governo da Turquia, em apoio às posições de seu principal líder, Abdullah Öcalan, condenado à morte pela justiça turca. Mas forças turcas continuam atacando bases do PKK no vizinho Iraque. Cerca de 40 mil pessoas já morreram no Curdistão turco devido ao conflito.

Maior etnia sem Estado do mundo (26,3 milhões de pessoas), os curdos habitam uma vasta região do Oriente Médio que extrapola as fronteiras da Turquia, abrangendo partes do Iraque, do Irão, da Síria e da Armênia. São maioritariamente muçulmanos sanitas, organizam-se em clãs e, em algumas regiões, falam o idioma curdo. A partir de meados do século XX, ocorrem rebeliões curdas na Turquia e no Iraque. O projeto de um Estado curdo tem opositores dos governos da região, que reprimem com violência os separatistas.

Sob o comando de Öcalan, o PKK inicia em 1984 a luta armada contra o governo turco porque não reconhece a existência da etnia curda e proíbe seu idioma. Os guerrilheiros contam com o apoio do governo sírio e mantêm bases no Irão e no Iraque. A intensificação das acções do PKK quase provoca uma guerra entre Turquia e Síria, no final de 1998. Para evitar o conflito, os sírios retiram o apoio aos rebeldes e expulsam Öcalan, que foge para a Federação Russa e tenta obter asilo político na Itália, sem êxito. Em fevereiro de 1999, Öcalan é preso no Quênia, onde se refugiara na embaixada da Grécia.

Julgado na Turquia, Öcalan jura fidelidade ao Estado turco e anuncia o fim da guerrilha do PKK, mas é condenado à morte em junho. A sentença é ratificada pela Suprema Corte de Apelações, em novembro. Há pressões contrárias à aplicação da sentença e a União Européia (UE) deixa claro que a execução de Öcalan pesará na inclusão ou não da Turquia no bloco, cujos integrantes não adotam a pena capital.
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Phelipe e Francisco

Roberta Prates disse...

MÉXICO X CHIAPAS
A rebelião armada indígena iniciada no estado de Chiapas, no México, em 1º de janeiro de 1994, vem criando sérios problemas para a política neoliberal implantada no México a partir do governo Salinas.
Se trata de um novo modelo revolucionário desenvolvido a partir do pensamento indígena ancestral oriundo de formas próprias de organização política que poderíamos chamar de "comunismo primitivo".
O núcleo do chamado Exército Zapatista de Liberação Nacional (EZLN) formou-se a partir de 1982 na selva lacandona, no estado de Chiapas, com apenas 6 integrantes, 3 ladinos e 3 indígenas de orientação marxista-leninista, como representação de organização urbana sediada na capital. Entretanto o processo de aproximação com as diversas comunidades indígenas foi lento e difícil
O EZLN somente obteve apoio e pôde se desenvolver quando decidiu aceitar as propostas indígenas de organização, de reivindicações e de luta.
O levante contou com o apoio das diversas comunidades tzotzil, tzeltal, tojolabal, zoque e chole que participaram ativamente da construção do EZLN assim como da formação do Comitê Clandestino Revolucionário indígena (CCRI), a instância superior de todo o processo de organização zapatista. Por isso o EZLN, enquanto exército regular não dispõe de autonomia decisória, já que todas as decisões militares importantes dependem do CCRI, que por sua vez consulta a comunidade toda vez em que se faz necessário tomar decisões importantes. E tais decisões são exaustivamente discutidas até que se chegue a um consenso, ou a unanimidade ou não se decidir nada, enfim a democracia absoluta. Por isto se proclama em todo o México o lema zapatista: "mandar obedecendo".
O que desejam os indígenas de Chiapas? Simplesmente, Justiça, Liberdade e Democracia. Na verdade são povos que desejam autonomia e direitos constitucionais que lhe assegurem a propriedade coletiva das terras indígenas. Não desejam a guerra. Paradoxalmente, pegaram em armas apenas para torná-las desnecessárias, formando um estranho exército heterogêneo, com armas de todo tipo, desde pedaços de madeira, espingardas de ar comprimido até metralhadoras de última geração, que, quando desfila, costuma levar os mexicanos, às lágrimas.
Querem apenas o direito de cultivar em paz seus roçados de subsistência (milpas), e preservar suas tradições culturais ancestrais, suas danças, seus costumes, sua medicina, sua língua, sua religião, enfim tudo aquilo que os identifica como indígenas e que compõe o que se denomina de "México Profundo", segundo o antropólogo Guillermo Batalla. Enfim os indígenas mexicanos lutam por dignidade, acima de tudo.
A rebelião não ocorreu, entretanto como haviam minuciosamente planejado durante 12 anos, através de reuniões clandestinas, realizadas quase sempre durante a noite na floresta. Depois da ocupação de San Cristobal de las Casas, principal cidade da região, Las Margaritas, Altamirano e Ocosingo, e de uma baixa de 600 zapatistas, o próprio governo federal tomou a iniciativa de decretar unilateralmente a suspensão do fogo a l2 de janeiro de 1994. Neste momento, o EZLN já se preparava para ocupar Tuxtla e invadir Oaxaca e Tabasco, dois estados vizinhos.
Entretanto para surpresa das comunidades indígenas descobriram que não estavam sozinhos. Em todo o México, os mexicanos foram às ruas clamar pela paz.
A partir de então, a guerra transformou-se. Trocaram-se as armas da guerra pela guerra das palavras. Com isso o zapatismo vem transformando o panorama político mexicano, promovendo uma injeção de ânimo em todo o México, que no mesmo dia do levantamento assinava o Tratado de Livre Comércio (NAFTA) com os Estados Unidos incorporando finalmente o México no universo neoliberal. Trata-se, portanto, da primeira manifestação contrária ao modelo neoliberal a surgir em todo o mundo.
O principal porta-voz indígena tem sido durante todo esse longo processo de negociação, o sub-comandante Marcos, suposto professor universitário que abandonou a vida urbana, para abraçar emotiva e profundamente a causa indígena. Todo o movimento zapatista tem se caracterizado pelo uso de lenços (paliacates) e gorros (pasa-montanas), que dificultam a identificação dos integrantes do EZLN, quando viajam para o exterior das áreas livres zapatistas, os denominados “aguacalientes” (uma referência à Convenção realizada na cidade de Aguascalientes em 1914, durante a revolução mexicana), acampamentos construídos no meio da selva onde se reúnem e organizam convenções e até mesmo encontros internacionais para discutirem o próprio movimento e a teoria neoliberal. É interessante ressaltar que toda a história do México tem sido marcada por uma longa trajetória de traições e assassinatos de líderes revolucionários.
As negociações tiveram êxito e, em fevereiro de 1996, a liderança zapatista e delegados do governo federal assinaram os acordos de San Andres Sacamch'en, que garantiam os direitos indígenas não somente de Chiapas, como de todo o México que dispõe de 56 etnias, com língua e cultura próprias, variando de pequenas comunidades de 350 indivíduos (lacandon) até um contingente de quase 2 milhões de indivíduos, falantes de língua nahuatl.
Entretanto até agora os acordos assinados pelas duas partes em litígio não foram cumpridos e incorporados à constituição de 1917..
Por isto os zapatistas continuam organizados militarmente, alternando o trabalho agrícola com o treinamento militar, aguardando o momento de largar definitivamente as armas para retornar à vida tradicional indígena, da qual parece não quererem abrir mão. O governo parece não querer compreender que o indígena zapatista prefere morrer lutando, ainda que com um pedaço de madeira nas mãos do que deixar de ser índio e a condição fundamental para ser índio é dispor de terra para cultivar. Não há, portanto, perspectivas de vitória para o governo. Ou cumpre os acordos de San Andres, já assinados ou invade os territórios zapatistas e promove uma carnificina geral, que pode levar o México a uma guerra civil de dimensões imprevisíveis.
A partir de 1997, surgiu outra organização, desta vez, a nível nacional, a Frente Zapatista de Libertação Nacional (FZLN), o braço civil da luta zapatista, que admite qualquer cidadão mexicano, desde que não seja filiado a nenhum partido político. Com isso a FZLN se estabeleceu em todos os estados e pressiona constantemente o governo para cumprir os acordos de paz de San Andres.
Inúmeros episódios sangrentos isolados vêm ocorrendo desde o início do conflito armado, entretanto a situação parece ter ficado sem controle a partir do massacre de Acteal, quando 45 indígenas, entre idosos, crianças e mulheres, da associação civil "Las Abejas", organização pacifista e que não concordava até então com os métodos zapatistas, foram massacrados dentro de uma pequena capela, quando rezavam pela paz, no dia 22 de dezembro de 1997. Em torno de 200 paramilitares, identificados depois como militantes do partido do governo na época (PRI), invadiram a igreja católica, fortemente armados, eliminando todos que se encontravam no local e que não puderam fugir. Depois da chacina, profanaram os corpos de mulheres grávidas, retirando e matando os fetos, com o facão (machete). . .

Iniciativas Políticas
Desde dezembro de 1994, os Zapatistas têm atualmente formado alguns municípios autônomos, mais ou menos independentes do governo mexicano. À altura de agosto de 2003 esses municípios evoluíram nas chamadas “juntas” de governo local, implementando alguns programas comunitários, como: programas de produção de comida, sistemas de saúde e educação. Então algumas “Juntas de Bom Governo”, formadas pelos representantes dos municípios autônomos e inspecionados pelo ELZN foram criados como um nível superior de governo sob o lema “mandar obedeciendo”. Estes municípios renegados foram tolerados pelo governo. Apesar de eles não cobrarem impostos dos habitantes, os Zapatistas decidem, através de reuniões , trabalhar em projetos comunitários; qualndo alguém não participa nesses esforços comunitários, isto é discutido e algumas vezes se decide por não considerar a pessoa como um Zapatista. Isso implica, por exemplo, que a pessoa deve pagar por remédios em farmácias Zapatistas (apesar de não ter de pagar por tratamento medico). Os membros das Juntas mudam continuamente, para que todos os membros da comunidade tenham uma oportunidade de servir à comunidade, e ainda para previnir que as pessoas no poder se tornem viciadas ou corrompidas por este poder.

"Tudo para todos e nada para nós mesmos." ("Para todos todo, para nosotros nada.") é um lema Zapatista.

Atividades Recentes
No final de 2006 e início de 2007 os Zapatistas, através do Subcomandante Marcos, junto com outros povos indígenas das Américas, anunciaram os Encontro Intercontinental Indígena. Eles estão convidando indígenas das américas do norte e do sul, e do mundo, para a reunião nos dias 11, 12, 13 e 14 de outubro de 2007, perto de Guaymas, Sonora.

Já existe um consenso de que não se trata de um movimento separatista e nem mesmo anti-mexicano. Pelo contrário os indígenas querem continuar fazendo parte orgulhosamente da nação mexicana. Entretanto querem um México efetivamente pluralista, que não se envergonhe de seu passado indígena, e que ao invés de desindianizar os indígenas, ajude-os a desenvolver plenamente sua cultura, seus costumes e garanta a dignidade, seus direitos civis e a soberania indígena.

João Lucas e Vitor

Roberta Prates disse...

As FARC X Colômbia
A Colômbia é o segundo país mais populoso da América do Sul e faz fronteira com Brasil, Venezuela, Peru, Equador e Panamá, sendo banhado pelos oceanos Atlântico e Pacífico; além disso, é uma nação rica em recursos, contando com reservas naturais em sua área amazônica, bem como petróleo e gás natural.

Apesar de ser um país de muitas riquezas, grande parte da população vive em situação de miséria, convivendo com um sistema político repressivo, num contexto de guerra civil que perdura por décadas.

No interior da nação predomina o medo e os civis sofrem com a radicalização de um conflito onde fica difícil separar mocinhos e bandidos.

Nesse cenário nasceram as FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia- Exército do Povo). Criada em 1964, a organização de cunho marxista-leninista conta hoje com mais de 18 mil membros e tem como objetivos principais acabar com a desigualdade do país e com a interferência dos Estados Unidos na região. Pretende ainda o estabelecimento de um Estado bolivariano.

Para alcançar seus objetivos, usa táticas de guerrilha e tem lançado mão dos seqüestros como uma fonte de financiamento e de negociação política na tentativa de obter trocas humanitárias.

As FARC são financiadas por impostos que cobram dos grandes produtores alocados nos territórios por eles dominados, incluindo desde os produtores de coca e papoula, e são acusadas de dar suporte e proteção a traficantes em troca de apoio financeiro.

Deve-se lembrar que na Colômbia há também grupos para-militares, criados a fim de combater a corrente esquerdista no país. Estes grupos, financiados por empresários, latifundiários e também por narcotraficantes têm apoio de líderes do governo e são responsáveis por perseguições, assassinatos e prisões de trabalhadores, camponeses e dirigentes sociais acusados de estarem vinculados as FARC.

A Colômbia é um dos maiores produtores de cocaína do mundo, tendo nos EUA seu maior mercado consumidor. Devido a isso conta com os EUA no combate ao narcotráfico por meio do Plano Colômbia e do Plano Patriota, onde Washington fornece armas, equipamentos e treinamento militar, além de dinheiro a fim de patrocinar a missão, contabilizando mais de 10 bilhões de reais desde quando foi fundado em 2000, enfrentando oposição de países sul-americanos, inclusive do Brasil.

As FARC são acusadas de ter em seu poder mais de 700 reféns, muitos mantidos por anos na selva, sobrevivendo em condições sub-humanas. Ainda que se tente entender as causas do conflito é dificil aceitar que seqüestro e maus tratos sejam usados como arma de guerra, o que gera uma justa indignação perante toda a comunidade internacional.

Esta guerra, como qualquer outra, pouco se encaixa nos padrões de moral e o ideal é tentar atenuar seus efeitos por meio da negociação.

A guerrilha aposta na alternativa das trocas humanitárias a fim de obter a libertacão de seus combatentes e discutir em igualdade com o governo, o que lhe possibilitaria o fim do status de grupo terrorista, posição por ela contestada. Porém o governo Uribe tem se negado a este tipo de negociação, mostrando-se disposto a agir pela via da força, o que agrava a situação.

Quem mais sofre com tudo isso é a população colombiana, colocada no meio do fogo cruzado entre as forças paramilitares, revolucionárias e as forças armadas, reforçando a condição de miséria e medo que assola o país.

A resolução desta conjuntura pede manejo político e comprometimento de todas as partes envolvidas. Nesse sentido, é de suma importância o apoio internacional e a mediação. Apesar de toda polêmica gerada, é inegável o papel de Hugo Chávez na liberação das reféns e espera-se que com este fato seja possível a retomada de negociações entre rebeldes e governo, possibilitando a abertura de um canal de comunicação capaz de trazer a paz a um país que pouco a conhece.
Guerras civis - O poder na Colômbia foi disputado entre os partidos Liberal e Conservador por mais de um século, com os liberais impondo em 1860 a separação entre Igreja e Estado e confiscando terras do clero. A Guerra dos Mil Dias (1899-1903) arruina a economia e deixa 130 mil mortos.
Violência - Os conservadores voltam ao poder em 1946 e dois anos depois o liberal Jorge Gaitán é assassinado, gerando uma onda de distúrbios em Bogotá que rapidamente se espalha pelo país. Conflitos entre civis e golpes de Estado deixam cerca de 200 mil mortos até 1962, no período conhecido como 'La Violencia'. Liberais e conservadores criam pouco depois a Frente Nacional, com a meta de promover o rodízio na Presidência e restaurar a paz.
Criação das Farc - Em 1965, Manuel Marulanda Vélez, o 'Tirofijo', ex-combatente liberal, cria as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), um braço militar do Partido Comunista que domina a zona rural e defende a instalação de uma república socialista no país. As Farc começaram a se financiar nos anos 80 com o dinheiro do tráfico de drogas.
Retomada das negociações de paz - Após ser eleito em maio de 1998 apoiado na plataforma da retomada das negociações de paz com os guerrilheiros das Farc, o presidente Andrés Pastrana inicia as conversações com os rebeldes e acaba cedendo uma área desmilitarizada em San Vicente del Caguán. Mas os conflitos continuam e as Farc começam a atacar civis.
Crise econômica de 1999 - Com uma taxa de desemprego na casa dos 19,7 %, o governo colombiano enfrenta o segundo ataque especulativo contra a moeda nacional e mergulha na pior crise econômica do país desde os anos 30.
Plano Colômbia - Em outubro de 1999, a polícia da Colômbia captura o traficante Fabio Ochoa Vasquez, do cartel de Medellín, e apreende 31 toneladas de cocaína numa operação realizada junto com os EUA. O governo dos EUA aprova, em 2000, um pacote de ajuda no valor de US$ 1,3 bilhão para os programas antidrogas do país. As Farc e o ELN (Exército de Libertação Nacional) - que têm no tráfico de drogas sua principal forma de financiamento - se opõem ao que ficou conhecido como Plano Colômbia.
Abraham e Rafael